sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ENTREVISTA: KRIG


Krig é uma banda de death metal de Belo Horizonte/MG, uma das cidades que mais contribuem para a cena underground nacional. Formada a menos de 2 anos, a banda já tem dois registros em CD, sendo que o 2º contou com a participação especial de Luke Renno (Crimson Thorn). E ja preparam um novo álbum para 2009. Conheça um pouco mais desta promissora banda, nesta e entrevista qua banda nos concedeu:

(Por Nelson Paschoa)
Lendo o nome dos integrantes da banda, uma coisa me chamou atenção, todos têm Soares no sobrenome, são todos parentes ou é só conhecidência (risos)?
Daniel Corpse - Cara eu imaginei que essa pergunta ainda seria feita em uma entrevista (risos). Na verdade niguém da banda é parente de sangue, o Isaque é casado com a Jully então ela pegou o sobrenome dele Soares. O Vinicius entrou na banda faz pouco tempo e foi coincidência pois o sobrenome dele é Soares também (risos). Somente eu que sou o patinho feio da história e sou diferente do resto (risos).


Falando sério agora. Por que a escolha do nome justamente em norueguês?
Daniel Corpse - O nome foi escolhido por mim e pelo Isaque. A priori queríamos um nome que fosse pequeno, fácil de ser lembrado e que não fosse em inglês. Depois de muito pesquisar achamos o nome Krig que resumindo é tudo isso que falei e mais ainda, o significado desse nome casou muito bem com o que falamos em nossas letras, pois falamos bastante sobre assuntos politicos e sociais, e sempre abordamos temas como a guerra do nosso mundo concreto e a guerra espiritual.


O Krig começou como uma banda de estúdio, mas logo se tornou banda pra shows também. O que levou a essa mudança?
Daniel Corpse - A mudança veio de uma demanda grande de shows que estavão surgindo pra gente, depois da gravação e lançamento do cd Feed me, começaram a surgir convites para shows de muitas partes do Brasil e até de fora. Então vimos que não valeria a pena ficar somente no estúdio, Deus estava nos mostrando o contrário que deveríamos sair.


As coisas têm acontecido até de certa forma rápido para o Krig, o que geralmente não acontece com bandas undergrounds. Em menos de dois anos a banda já está com 2 álbuns lançados e um reconhecimento quase que imediato tanto da mídia como dos fãs de death metal. Pode falar deste processo?
Daniel Corpse - Cara primeiro devemos isso tudo a Deus, o que Ele fez e tem feito por nós em quase dois anos de banda é realmente espetacular, estamos sendo fiéis com Ele e Ele tem sido fiél conosco. Todos nós levamos essa banda muito a sério e nos dispuzemos a trabalhar firme e forte para o crescimento dessa banda. Nós estamos somente colhendo os frutos de tudo que temos plantado nesse 1 ano e 7 meses de banda, as coisas aqui estão sendo dessa forma quase que imediato, plantamos e pouco depois colhemos. Não existe nenhum peso morto que esteja atrasando o andar da carroagem no Krig.


Presumo que a experiência dos músicos da banda contribuiram muito para que todo este processo correce tão bem e rápido.
Daniel Corpse - Sem dúvida. Como muitos sabem o Isaque e eu tocamos por muitos anos no Sabbatariam, e essa banda sem dúvida foi pra gente como a escola primária e o esino médio são para uma criança e um adolescente, tudo começou ali. Começamos lá muito novos, éramos adolescentes sem experiência nenhuma e com o tempo passamos por muitas coisas boas e ruins que hoje nos servem de parâmetros e experiência, sabemos o que devemos fazer e o que não devemos fazer (risos). O Vinicíus também já vem de longa data tocando com sua antiga banda NORC, pra ele também experiência não é o problema.


Pode falar um pouco da experiência dos músicos do Krig?
Daniel Corpse - Comecei a me interessar por música com mais ou menos 14 anos, comecei com violão, desisti, bateria também desisti até que me encaixei no vocal (risos), foi o que tinha sobrado na época quando montamos o Sabbatariam (risos). Cantei no Sabbatariam por quase 6 anos e fora o Sabbatariam me envolvi em outros projetos como Mercy de Black Metal Sinfônifco (www.mercy-music.cjb.net), Unnamed de Technical post-thrash/death e o Filthiness Of Flesh de Progressive Extreme Metal (www.myspace.com/foflesh) esses os mais importantes a serem citados.

Isaque - Comecei a estudar música aos 9 anos, inicialmente eu tocava teclado. Só aos 14 anos que fui me interessar pelo violão, e então baixo e guitarra. Passei por algumas bandas desconhecidas na cidade que eu morava em Ouro Branco. Em 2001 gravei meu primeiro cd sem nenhuma experiência, e depois formei a minha primeira banda cristã chamada Apeiron (www.apeironband.cjb.net) que está inativa, no site dela também poderão encontrar informações sobre a minha primeira gravação. Nesse meio tempo me integrei ao Sabbatariam, e por lá passei 5 anos. Atualmente estou no Krig e também tenho um projeto solo que toco músicas fora do metal, com influências de músicas latinas, bossa, samba, jazz. Esses são os projetos importantes a serem citados, quem quiser saber mais sobre meus projetos pode entrar em meu site www.isaque.tk.

Vinicius - Eu tambem comecei cedo como o Isaque, não sei com quantos anos certinho, comecei a tocar pois a minha mãe é professora de música formada, e ela tinha uma escola de música e eu sempre estava indo la observar a minha mãe dar aula. No princípio eu comecei a aprender teclado, mas nao gostei, depois passei para o violão que tambem não gostei, depois violino,saxofone, acordeon, flauta, gaita, baixo entre outros, até que um dia minha mãe comprou uma bateria, que realmente me conquistou, deixei todos os outros instrumentos de lado (estão todos jogados la em casa) e passei a tocar todo dia, depois disso entrei em uma banda de cover que acabou rápido, e logo após entrei para o NORC e fiquei nela por 4 ou 5 anos, até que eu resolvi sair por não me identificar mais com o som que a banda tocava, depois de algum tempo recebi o convite pra tocar no Krig , fiz o teste e eles me aprovaram (hehe).

Jully - Aprendi a tocar violão aos 10 anos, aos 13 anos eu comecei a tocar na minha igreja, onde eu também cantava no grupo de louvor. Comecei a aprender teclado, mas não foi pra frente. Não tenho muita experiência com bandas, o Krig é a primeira banda que faço parte. Sempre acompanhei o Isaque no Sabbatariam, fiz algumas participações nas músicas como back vocal, mas não chegaram a gravar. No fim do ano passado o Isaque começou a me passar as músicas do Krig no baixo sem compromisso, até então eu nunca havia tocado, daí o Phillippe saiu e o Isaque me pediu pra entrar na banda. Tem 9 meses que eu toco baixo, ainda tenho muito que aprender.


Em termos de composição musical, em que esta experiência toda tem contribuido?
Daniel Corpse - Com a experiência que temos percebemos que nossas composições hoje estão mais definidas, mais maduras e com mais personalidade. Estamos alcançando cada vez mais um som que realmente tem a nossa cara, a cara do Krig.


Que outras bandas vocês costumam ouvir?
Daniel Corpse - Eu costumo ouvir muitas bandas de muitos estilos, principalmente banda de death metal como Crimson Thorn. Mas também não escuto só metal, gosto muito de música clássica, medieval, jazz, blues, fusion, dance dos anos 70 e 80, darkwave, etc... Os outros membros também tem o gosto parecido com o meu. Ultimamente temos escutado +ou- menos as mesmas coisas por causa das influências que temos pegado para compor as músicas novas. Bandas de Death e Grind são as que mais tem rolado em nossas vitrolas.



O que aconteceu para que o álbum "Feed me" não fosse distribuido pela Alcance Subterrâneo?
Daniel Corpse - Realmente chegamos a divulgar a parceria com o selo Alcance Subterrâneo, eles tinham nos prometido o lançamento do Feed me. Seria feito a principio 1000 cópias, sendo 200 cópias pra gente. Mas infelizmente o Miguel que é o dono do selo estava demorando demais para lançar o cd, ele falava que lançaria em uma data específica e quando chegava a data não cumpria com o que prometera, então resolvemos lançar de forma independente mesmo.


Fale um pouco destes dois álbuns da banda. Qual o diferencial entre os dois?
Daniel Corpse - O Feed me foi o primeiro cd da banda, lançado em 2007, é um cd com músicas bem variadas, com passagens rápidas e cadenciadas. As letras abordam temas variados como críticas a chefes que maltratam seus empregados, aquecimento global, a morte sem Jesus, crítica aos EUA, crítica feita a MTV, etc... O Stop the Manipulation foi lançado nesse ano de 2008, não é um cd full e sim um ep com 5 músicas e mais 3 bônus ao vivo no estúdio das músicas Bastard Boss, Rotten MTV e Global Warming , ambas do cd Feed me. Esse ep tem uma sonoridade um pouco diferente do Feed me, pois a músicas são mais diretas e ríspidas. Quanto às letras resolvemos fazer um ep criticando somente a mídia televisiva com seu império podre de manipulação.



Como foi a participação de Luke Renno (Crimson Thorn) no "Stop The Manipulation"?
Daniel Corpse - Durante a gravação do Stop The Manipumation , tivemos a idéia de chamar algum grande nome da cena cristão para participar do nosso ep, pensamos em alguns nomes e decidimos fazer o convite para o Luke Renno, pois eu pessoalmente considero-o como o vocalista que mais me influênciou nesses quase 8 anos que canto. Mandamos um e-mail pra ele fazendo o convite e ele aceitou, então mandamos a música que ele iria gravar por e-mail, ele gravou o vocal por cima no seu próprio estúdio e enviou pra gente. Foi uma experiência muito legal, sem contar que descobrimos o quanto Luke Renno é uma pessoa humilde e atenciosa.


Já estão trabalhando em um novo CD?
Daniel Corpse - Agente nunca para (risos), terminamos de gravar um cd e já estamos compondo pro próximo, pra você ter idéia nós já tinhamos letras prontas para gravar mais uns 2 cds desde o ano de 2007 (risos). Atualmente estamos já compondo músicas para o próximo albúm que se Deus permititr lançaremos ele no primeiro semestre de 2009.


Minas Gerais é a Terra natal de muitas bandas, tanto cristãs como seculares. A cena underground aí pelo jeito é muito forte. Isso de algum modo contribui para que tanto o Krig como outras bandas tenham mais espaço para tocar ou reconhecimento?
Daniel Corpse - MG é um estado bem rico em música, não só no metal mas em outros estilos também. Falando de BH que é onde moramos e sem dúvida foi daqui que saiu a maior banda de thrash metal do Brasil e pra muitos do mundo que é o Sepultura. A cena aqui é bem grande tanto a secular quanto a cristã, mas com certeza já foi melhor do que hoje, vejo muita separação, desunião por parte das bandas, dos organizadores de eventos, por parte dos próprios head bangers e isso acaba enfraquecendo a cena mesmo ela tendo um grande número de apreciadores. Nós do Krig tentamos busca ser o mais independentes possíveis, não somos ligados a nenhuma panelinha, não temos o rabo preso com ninguém, é somente nós e Deus e assim é que está dando certo. Desde que começamos a fazer shows fizemos somente dois shows aqui e no mesmo local, fizemos mais shows fora de BH, tanto que nosso primeiro show nem foi aqui. Infelizmente a cena cristã aqui está fraca nesse sentido, os shows estão escassos. O que eu acredito que nos ajude sermos de MG é o fato de quando as pessoas sabem que somos de BH que já foi a capital do metal no Brasil, que saiu grandes nomes do metal mundial, etc... Então cria-se um certo estígma, uma marca de que bandas de Minas Gerais ou pra ser mais preciso de BH são bandas promissoras e de grande potencial, claro que muitas são, mas existe também as que não estão nesse patamar, como em qualquer outra cena underground de outros estados.


Muito obrigado pela entrevista, espero que hajam outras em breve.
Daniel Corpse - Obrigado a você pelo espaço cedido. Peço aos leitores que estajam nos apoiando em orações e se possível comprando nossos materiais.

Fiquem na paz
God bless you all!

Formação atual:Daniell Corpse (vocal), Isaque Soares (guitarra), Jully Soares (baixo) e Vinícius Soares (bateria).

Discografia: Feed me (2007) e Stop The Manipulation (2008).

Contatos:
Krig Death Metal
www.krig.cjb.net
www.myspace.com/krigdeathmetal
Clipe da banda: http://www.youtube.com/watch?v=53z0ryG4xYI

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